Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Santa Catarina - CRMV-SC

Zona livre de febre aftosa sem vacinação: Brasil segue os passos de Santa Catarina

29 de maio de 2025

O Brasil recebeu nesta quinta-feira (29) em Paris, na França, o certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação. A cerimônia aconteceu durante a 91ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O anúncio marca um novo capítulo na história sanitária brasileira e abre caminho para a ampliação de mercados internacionais para a carne bovina e outros produtos de origem animal. O documento que garante a chancela foi entregue ao diretor de defesa Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Marcelo Motta.

Pioneirismo catarinense
Santa Catarina foi o primeiro estado do país a receber o certificado internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação, no ano de 2007, após anos de trabalho intenso e dedicação de médicos-veterinários, zootecnistas, produtores rurais, entre outros profissionais. Desde então, o território catarinense mantém-se sem registros da doença, consolidando-se como referência em sanidade animal e defesa agropecuária. Graças a esse status sanitário diferenciado, Santa Catarina tornou-se o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil e o segundo maior na produção e exportação de carne de frango.

"Nós tivemos a felicidade de vivenciar isso há quase 20 anos e sabemos do impacto positivo que este certificado irá vai trazer para o Brasil. É uma grande coquista, e agora temos agora um compromisso ainda maior, que é de manter esse status", disse o presidente do CRMV-SC, Moacir Tonet.

O processo de certificação nacional
O protocolo para alcançar o status de área livre sem vacinação envolve diversas etapas, incluindo o fim da imunização obrigatória, que em Mato Grosso do Sul ocorreu em novembro de 2022, e o reforço na vigilância sanitária. Em 2023, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) publicou a portaria que proibiu o uso da vacina contra a febre aftosa no estado. Em 2024, o Ministério da Agricultura reconheceu nacionalmente o novo status sanitário em MS e em outros 16 estados.

A OMSA reconheceu que o Brasil cumpriu todos os requisitos internacionais, destacando a solidez do sistema de vigilância e a capacidade de resposta a possíveis surtos. O status sanitário também impulsiona a economia: estima-se que o país possa aumentar significativamente sua participação em mercados que exigem status de livre de vacinação, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia.
Profissionais inscritos no Sistema CFMV/CRMVs estiveram presentes em todas as etapas, desde a elaboração dos planos estratégicos até a atuação direta em campo, garantindo a vigilância epidemiológica e o bem-estar dos rebanhos.

Comitiva
Uma comitiva liderada pelo vice-presidente do CFMV, Romulo Spinelli, esteve presente na cerimônia oficial de reconhecimento. Para ele, a certificação é o resultado de uma rede técnica sólida e comprometida com a saúde animal e a segurança dos alimentos.“Essa vitória pertence a todos os profissionais que atuam com responsabilidade técnica nas propriedades, nos frigoríficos, nos serviços de inspeção e na vigilância sanitária. O reconhecimento da OMSA mostra ao mundo que o Brasil tem capacidade técnica e estrutura profissional de excelência”, afirmou Spinelli. Também integram a comitiva o tesoureiro do CFMV, Marcos Vinícius Neves, o conselheiro Francisco Edson Gomes, e os presidentes dos conselhos regionais Aruaque Lotufo (CRMV-MT), Diogo Alves (CRMV-RJ), Mauro Moreira, Rafael Vieira (CRMV-GO) e Thiago Fraga (CRMV-MS).

Com informações do CFMV